segunda-feira, 23 de junho de 2014

A vontade de escrever é mesmo muita mas a inspiração por vezes não vem.
Insisto em tentar porque me relembrei o quanto isto me faz bem.
Adoro escrever aqui porque me dá a possibilidade de ler o que sinto. E, pode parecer estranho, mas por vezes só ao ler o que escrevo é que caio em mim, e percebo o que até então me passou ao lado. 
Sempre assim foi, desde o inicio. Aliás foi por isso mesmo que comecei a escrever, embora antes escrevesse bem mais. Na altura eram os diários que me "ouviam" e não as teclas de um computador, guardo cada um deles com todo o carinho porque lá dentro está aquilo que eu fui e que, em parte, ainda sou. Não existe forma de explicar a nostalgia que sinto quando releio o meu passado.
Dizem que ninguém passa pela nossa vida em vão... Será que é verdade? Acredito que as pessoas que nos magoam tenham passado na nossa vida para nos fortalecer, mas será que é uma regra sem excepção?
Havia duas ou três pessoas, por quem, há uns anos atrás, seria capaz de dar o tudo por tudo. Confiava-lhes a minha vida. Uma delas, minha ''amiga'' desde os tempos de escola primária,conseguiu quebrar a minha confiança de uma forma que nunca imaginei. Aliás, se me dissessem que ela seria capaz de o fazer, acho que me ria na cara dessa pessoa. Passou de ser a melhor companhia, a melhor ''irmã'' que podia ter para passar a ser uma pessoa que nem sequer considero que mereça ser cumprimentada caso a veja. Claro que também errei com ela, nenhuma amizade é perfeita mas quando as pessoas têm duas caras, levantam-se certas duvidas acerca do seu carácter e eu nem isso fiz, porque nem percebi a maldade que ela tinha a correr-lhe nas feias. Pensei que, a longo prazo, me fosse fazer falta mas, e já passaram uns longos tempos, não penso sequer na amizade que poderíamos ainda ter e que, por ironia do destino, já nem sequer existe. Sinto a falta da nossa amizade de 15 anos, claro que sim mas é mesmo só isso. E não lhe chamo saudade, chamo-lhe nostalgia-
O mais triste é que como esta minha ''amiga'', existem mais. Pessoas que durante longos anos foram as minhas melhores confidentes, hoje não são nada. Se de umas sinto falta, há outras que me lembro ocasionalmente. Não lamento. Não posso obrigar ninguém a estar do meu lado.
As vantagens da Amizade é que, podes ter 10 más mas se tiveres, pelo menos, 1 boa acabas por ter o mundo aos teus pés, sem te aperceber. Eu tenho essa minha pessoa, que ao contrario de outras que passaram pela minha vida, não era mais do que uma boa companhia, e a pouco e pouco veio a tornar-se na amizade mais importante que tenho. 
Quero a amizade dela para sempre, aconteça o que acontecer nós vamos sempre superar os obstáculos que a vida nos possa colocar. Se enquanto adolescente fiz amizade que prometi levar para a vida, hoje enquanto adulta só quero que a vida me traga as melhores amizades. 
Via muitas vezes aquela publicidade que dizia: '' os amigos da faculdade são para a vida''. Não é o facto de serem da faculdade que os torna vitalícios. É a idade, é o apoio que te deram quando mais ninguém te o dava, são as gargalhadas que aparecem no meio de uma conversa, é o facto de teres o ''á-vontade" de seres tu mesma. Eu tive a sorte de há alguns anos atrás encontrar esta pessoa, e hoje em dia sinto-me ainda mais sortuda de a ter sempre á distância de uma chamada. Ainda que longe, nós estamos sempre perto. A distância nunca nos irá distanciar e o resto... o resto, nós aprendemos a contornar, juntas. 
Obrigada Dri, do fundo do coração! 

xxxx

domingo, 22 de junho de 2014

E le


E se eu voltasse a escrever aqui? Talvez me faça bem por a ideias em dia.
Admito que a Jenna de ''Awkward.'' me inspirou para isto, afinal eu usava este cantinho para desabafar e deixei de o fazer porque o descobriram.
Sinto-me bem, mas perdida...
A ausência dele dá cabo de mim, dou pelo meu coração contorcido de saudades sem que me aperceba como é possível sentir eu a falta dele mesmo sabendo que ele não sente a minha. Será que é mesmo isso que me faz falta? Saber que ele também sente a minha falta?
Nunca tinha vivido nada assim... Aquilo que sinto por ele é-me tão difícil de explicar. Adoro cada pormenor dele, adoro o sorriso imperfeitamente perfeito dele, adoro ,por exemplo, até a forma das sobrancelhas dele.  Dizem-me para lutar por ele, que se não lutar nunca saberei mas é impossível.
Sempre me debati com o facto de ele ter namorada, e após o que há uns anos me aconteceu a mim, jurei que nunca o iria fazer e ainda assim fui contra a minha própria moral. Quererá isso dizer que gosto mesmo dele? Ou quererá dizer que pus as moralidades de lado simplesmente por me ter cansado de lutar em prol delas?
Começou tudo em Dezembro de 2012, ele é meu padrinho de faculdade e então quis apresentá-lo ao meu irmão que estava de férias comigo no sitio onde estudo. Era o ultimo dia de aulas, pelo que havia uma festa de Natal nessa mesma noite e nós combinamos encontrar-nos todos lá. 
A festa acabou relativamente cedo e o ''after-party'' foi na minha casa, e claro que ele foi. 
As pessoas começaram a ir embora e ficou só ele, acabamos por ver um filme. Eu, o meu irmão, a minha colega de casa M. e ele. Nunca tinha sentido nada que fosse por ele, até essa noite. O toque dele parecia lume, fazia vibrar o meu corpo, o meu coração atingiu batimentos que podiam ser comparados a um pós-maratona. Mas ali estávamos nós, quietos no sofá. 
Ele foi-se embora, talvez por sentir o mesmo ou então porque tinha sono. Nunca percebi. Mas aquilo ficou gravado na cabeça dele, tendo em conta que o dia a seguir me falou no assunto mas sem grandes conversas associadas.
Passaram-se as férias, voltamos em janeiro e ele convidou-me para ir a casa dele pois tinha gostado muito da minha companhia e queria mesmo repetir. Recusei o convite, sabia pelo facebook que tinha namorada e não queria meter-me no meio de uma relação. 
O tempo passou e todos os dias estávamos juntos com amigos, quer na minha casa, quer na dele. Eu fazia questão de nunca estarmos sozinhos até porque era raro o dia que não me dizia para ir ter com ele sozinha e por muita vontade que eu tivesse (e tinha!), decidi não o fazer porque isso era agir contra os meus princípios e não o achei digno de eu criar uma luta interior comigo mesma. 
Apesar de nunca ter tido nada com ele, ele passava o dia no meu pensamento. Talvez pela insistência em eu aceitar estar sozinha com ele. A verdade é que durante alguns meses consegui manter a cabeça a fria e continuar a negar os convites dele. Em Março, após uma grande festa com bastante álcool á mistura, acabei por não conseguir manter o meu '' não'' e acabamos a dormir juntos.
Só eu sei o que senti no dia seguinte, a ressaca era minuscula comparada com a revolta que sentia comigo própria. Por um lado sentia-me feliz, próxima dele, mas por outro tinha o peso na consciência sobre o facto de saber que ele é comprometido e não me ter mantido fiel ás minhas convicções.
Dava por ele a olhar para mim sempre que estávamos no mesmo sitio. Os óculos de sol passaram a ser os meus melhores aliados, porque eu também queria olhar para ele... Só não queria que ele o soubesse.
Foram as férias de Páscoa e ainda bem, aquelas duas semanas longe dele serviram para eu clarificar as minhas ideias e voltar a assentar os pés na terra. Assim pensei eu.
Quando voltamos e o voltei o ver, tudo emergiu outra vez e eu via-me a perder o controlo da situação. Mas não vacilei, continuei firme de que não iria voltar a ter nada com ele.Não tive mesmo. O único contato físico que tive com ele foi quando me beijou num festival de tunas, e eu sabia que nem isso podia acontecer. A imagem da foto dele com a namorada no perfil do facebook não me saia da cabeça. Eu odiei quando tal coisa me aconteceu, senti-me mal mesmo não sendo eu a culpada. Não queria que a pobre rapariga, que nem sabia que eu existia, passasse pelo mesmo porque é notório que ela gosta mais dele do que ele dela, tendo em conta o facto de ele já a ter traído mais vezes.
As aulas terminaram, passamos o verão separados. Ele é do Norte, eu do Centro. Não o iria  ver nem que quisesse e acho sinceramente que foi o melhor. Esses 3 meses deixaram entrar um pouco mais de luz na minha cabeça, e as saudades que sentia dele iam diminuindo de dia para dia. 
Quando voltamos para um novo ano lectivo, paralisei quando o vi. Nunca pensei que aquilo que ele me fazia sentir, ainda permanecesse em mim. Afinal sim. 
Pouco demorou até que ele voltasse a arranjar desculpas para estarmos juntos. Ou me mandava mensagem a pedir cigarros ou simplesmente me perguntava se queria estar com ele. Continuei a dizer que não á segunda. Sempre que estava bêbedo, tentava beijar-me a frente de toda a gente, fazia autenticas cenas de ciumes aos rapazes com quem eu falava (e que por sinal, são amigos dele também). No inicio levei a mal, mas depois uma amiga disse-me a frase '' diz borrachão o que tem no coração''....seria mesmo assim tão linear?
O tempo foi passando, ele continuou a levar a mesma resposta sempre que me convidada para estar sozinha com ele mas do nada, começamos a falar de coisas deles. Ele é bastante racional, muito mais que eu mas é muto reservado também e chegar ao ''interior'' dele, era do mais difícil. A estudar há 4 anos, contam-se pelos dedos de uma mão, as pessoas que sabem algo mais intimo dele. Mas por algum motivo, ele confiou em mim e desabafou certos aspectos da vida dele comigo. Pensei que tinha finalmente percebido que só poderíamos ser amigos. Mas rapidamente os convites substituíram os desabafos.
Ele foi finalista este ano, pelo que nunca mais irei estudar no mesmo sitio que ele. Não vou poder olhar para ele, rir-me com ele, não vou precisar de continuar a dizer-lhe: ''não'', porque ele não vai voltar a perguntar.
Decidi que iria estar com ele uma ultima vez. Porque queria despedir-me dele, porque precisava disso. Porque estava cada vez mais apaixonada por ele e precisava que ele o sentisse, na esperança de mudar alguma coisa. Estivemos juntos no ultimo dia dele na faculdade e ao contrário da primeira vez, não me senti culpada. Sentia-me tão feliz mas ao mesmo tempo a tristeza de saber que ele ia embora, estava a apoderar-se de mim à medida que a hora chegava.
Despediu-se de mim com um abraço como nunca me tinha dado, beijou-me e foi-se embora. Seguiu a vida dele e eu fiquei ali, a contar os dias para o voltar a ver.
Sabia que ele iria voltar 1 mês depois para queimar as fitas, mas sabia também que vinha acompanhado pela família e pela namorada. No entanto sentia-me ansiosa, sabia que iria poder vê-lo e isso, para mim, era mais do que suficiente.
Veio um dia mais cedo do que o previsto e eu que estava alegremente bem disposta, sentia-me nas nuvens. A namorada dele só vinha o dia a seguir. Não queria que acontecesse nada e suspeitava que ele também não iria insistir desta vez. Tinha razão.
Falamos pessoalmente, como amigos. Estive mais tempo a viver a minha bebedeira do que a falar com ele mas mesmo depois de se ir embora, não resistiu a mandar-me mensagens como sempre fazia. Como diz a M.: '' A meter-se comigo''.
Queimou as fitas e foi embora. Não voltamos a falar, não nos voltamos a ver e eu sinto tantas mas tantas saudades dele. Adorava perceber o que ele sentia e até o que sinto mas talvez precise que o tempo me mostre as razões de tudo isto ter acontecido.
Apesar de tudo, desejo-lhe o melhor do mundo e espero realmente que ele comece a dar valor á pessoa que tem ao lado dele. Ela é apaixonada por ele, e no fundo, ele também gosta dela. Embora que de uma forma muito estranha.

Lana del rey