O fim das amizades não tem necessariamente de passar por uma discussão, por um desentendimento. Na minha vida é comum precisamente o contrário! Já perdi mais amizades sem razão aparente do que o contrário.
A realidade é que mantenho um grupo bastante restrito á já muitos anos, grupo esse que me puxa para a vida real, que me põe os pés na terra, que despertam em mim o lado responsável que prezo por ter. O que me cansa.
Não me estou a lamentar, muito pelo contrário, mas a realidade é que nunca tive realmente a oportunidade de viver a minha adolescência, cometer os meus pequenos delitos, faltar á primeira aula da manhã simplesmente por estar a chover, coisas pequenas que, embora não magoem ninguém, não são dignas de uma pessoa que está a cada vez mais perto dos assustadores 25 anos.
Foram vários os motivos que me fizeram adiar a entrada na Faculdade, E foi lá, num sitio diferente do que estava acostumada , que criei outro grupo de amigos. O grupo da loucura, o grupo do ''vamos beber café depois de almoço'' e acabamos com '' pronto, vou só á aula das 16h''!
Talvez seja difícil de entender esta minha comparação mas ás vezes sinto que vivo num Reality show da TVI!
O sítio é pequeno, não passa de uma vila com uma população já algo envelhecida. Não há discotecas e os ''bares'' da noite, são o sitio onde bebo café durante o dia.
Consequentemente, num sitio pequeno, não há também muita gente. Os alunos conhecem-se todos, uns amam-se, outros odeiam-se e não há um meio-termo.
Somos tão poucos que acabamos por estar quase todos juntos 24h sob 24h e chega a um ponto que se torna difícil manter o discernimento e não deixar q nem a raiva ou o cansaço se imponham, nem criar demasiadas expectativas seja relativamente a amizade ou Amor. Falo por experiência própria.
Já aqui falei do ''Fi'', alcunha que, carinhosamente, lhe pus. O meu apoio incondicional, a pessoa por quem mais lutei, a pessoa com quem mais me preocupei, a minha ''criança'' de 1,85m.
Um menino no corpo de uma besta, basicamente.
Foi a unica pessoa, modéstia á parte, que me enganou á primeira. Eu detestei-o, eu não o queria nem ouvir falar e passados alguns meses conquistou a minha mais pura amizade, talvez a mais estranha de toda a minha vida mas unica, sem duvida.
Passamos o verão separados, por estarmos de férias, e eu sabia por saber que ele realmente queria algo na vida dele e prontifiquei-me a ajuda-lo. Falei ao telemóvel com a mãe dele, eu liguei para todos os sítios, eu imprimi toda a informação e mais alguma e, finalmente, encontrei-me com a mãe dele e lá consegui. Ele conseguiu!
Naquela altura da minha vida, nada me deixou mais feliz. Toda eu era felicidade!!! Até que...
(continua...)